Louis Moinet, inventor do cronógrafo: Unterschied zwischen den Versionen
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Version vom 6. April 2013, 20:40 Uhr
Saint Blaise, março 2013
Recentemente, foi descoberto um objeto de relojoaria de enorme importância e até agora desconhecido. Trata-se do primeiro cronógrafo alguma vez realizado, também denominado de “contador de terceiros” pelo seu autor, Louis Moinet. As marcas de contraste identificadas no fundo da caixa permitem afirmar que o seu fabrico foi iniciado em 1815 e terminado em 1816.
Este extraordinário contador tem uma conceção absolutamente original e inovadora, sendo o reflexo do génio de um homem à frente do seu tempo. Apresenta o 60.º de segundo por meio de um ponteiro central, os segundos e os minutos em dois mostradores separados, bem como as horas num mostrador de 24 horas.
As funções de início, paragem e reposição para zero são levadas a cabo por meio de dois botões e definem que este objeto é, sem dúvida, um cronógrafo, no seu significado atual admitido na profissão, ainda que este termo só apareça alguns anos mais tarde para a denominação de tais instrumentos.
O cronógrafo está também equipado com o retorno a zero. Uma função absolutamente inovadora e revolucionária para a época. Até hoje, pensava-se que esta invenção datava de 1862, segundo a patente de Adolphe Nicole.
Uma invenção extraordinária
Os relojoeiros tentam, desde o século XIX, melhorar a precisão dos seus mecanismos. A procura da precisão absoluta constitui parte integrante da ciência relojoeira. Em 1820, aceitou-se que o critério mais preciso é o décimo de segundo.
Desde essa altura, o contador de terceiros representa o instrumento mais preciso do seu tempo, com uma precisão seis vezes superior à referência anteriormente conhecida. Uma medição do 60.º de segundo que leva Louis Moinet a entrar também no Panteão dos pais da cronometria.
Esta invenção foi imaginada e concebida para aplicar o seu uso a um instrumento astronómico que Louis Moinet criara alguns tempos antes. Segundo as suas próprias palavras: “… Vim até Paris em 1815 apenas para compor e fazer um contador de terceiros. A execução difícil e raramente tentada deste instrumento, cuja composição era nova, assegurou muito bem o alcance do meu objetivo…”. (*)
O mecanismo do cronógrafo bate a 216.000 vibrações por hora (30 Hz), uma frequência absolutamente desconhecida nessa altura. Para pôr as coisas em perspetiva, a frequência habitual de um relógio moderno é de 28.800 vibrações por hora (4 Hz). Louis Moinet é, pois, o pioneiro da alta frequência. Com efeito, foi necessário aguardar exatamente um século para se ver um outro relógio vibrar a mais de 216.000 vibrações por hora.
Por que Louis Moinet procura uma frequência tão alta? Precisamente porque pretende adaptar o seu ritmo à precisão mais fina: a medida do terceiro (60.º de segundo) para as suas observações astronómicas. Uma frequência de 216.000 vibrações por hora equivale a 60 vibrações por segundo. Os 60.º são, pois, precisamente batidos durante o segundo.
Para observar as rotações astrais, é obrigatório que o contador de terceiros possa ser utilizado durante um período de 24 horas, no mínimo. E quanto ao consumo de energia? Louis Moinet responde a esta pergunta afirmando que concebeu um escape coberto de rubis com óleo, que proporciona 216.000 vibrações por hora, e que funcionou muito bem durante um período prolongado.
As observações astronómicas
Louis Moinet imaginou o primeiro cronógrafo da história para observar com precisão as deslocações dos astros com luneta. A sua invenção permitiu-lhe medir com exatidão a distância dos fios reticulares da sua luneta.
É o próprio Louis Moinet quem explica os detalhes: “Esta invenção foi-me sugerida no decurso das minhas observações na seguinte ocasião: adquirira um pequeno quarto de círculo móvel do famoso Borda (autor do Círculo inteiro). Este instrumento, de execução inglesa e cuidada, em equilíbrio num rubi, através de um engenhoso contrapeso, devia, segundo o seu autor, ser preservado pela sua inércia própria dos movimentos do navio e fornecer a bordo observações quase tão exatas como as feitas em terra. Mas este projeto não teve êxito. Tendo, pois, adquirido o instrumento com uma outra intenção, adicionei para observar na terra um círculo de horizonte dividido por divisória Fortin em minutos, por meio de um nónio, dois níveis cruzados, um eixo móvel esmerilado e um suporte de tripé com roscas de nivelamento, com divisão, etc. Mas tendo a luneta pouco campo, os fios do seu retículo apresentam-se muito próximos, e foi para remediar o inconveniente acima referido, de falhar a observação de um fio, que imaginei o contador de terceiros, o qual foi um verdadeiro êxito, dando-me exatamente a distância dos fios reticulares.” (**)
Homenagem a Louis Moinet
Os grandes homens são, muitas vezes, os mais modestos. É este o caso de Louis Moinet, considerado pelos seus pares como um dos maiores relojoeiros de todos os tempos. Eis como fala o Senhor Delmas, Vice-Presidente da Sociedade de Cronometria de Paris: “Ele estava em todo o lado, em todos os debates, era como o conheciamos como Presidente da Sociedade Cronométrica: preciso, lúcido, indulgente, esclarecendo o fraco ao encorajá-lo, dando conselhos a todos sem vaidade, espalhando as suas luzes sem restrições, sem segundos pensamentos”. (***)
Hoje em dia, é uma honra prestar homenagem a este grande homem, que se pautava pela seguinte máxima: “O essencial é não nos afastarmos do verdadeiro”.
(*) Extrato das cartas manuscritas de Louis Moinet, 1823.
(**) Extrato do Tratado de Relojoaria de Louis Moinet, 1848.
Nota: a primeira pessoa do singular substitui aqui a primeira pessoa do plural, que era a forma habitual de expressão de Louis Moinet.
(***) Extrato do Panteão Biográfico Universal, 1853.
O CRONÓGRAFO DE LOUIS MOINET
Movimento:
- A placa cheia de 4 espaçadores, tambor, fuso e corrente.
- Escape com cilindro de aço e sapata de rubis.
- Pêndulo formado por uma barra com um peso em platina em ambas as extremidades podendo ser deslocado para o ajuste do pêndulo.
- Roda de escape de 30 dentes.
- Espiral em aço plano, 7 voltas.
- Seis orifícios de rubi contra o pivô, mais uma sapata no escape, ou seja, treze rubis no total.
- Execução em latão granitado dourado em fogueira.
- 216.000 vibrações por hora, frequência de 30 hertz.
Dimensões:
- Diâmetro de 57,7 mm.
- Espessura de 9 mm.
- Assinatura na placa superior: Louis Moinet.
Funcionamento:
- Mais de 30 horas de reserva de funcionamento.
- Indicador de enrolamento da mola de tambor situada numa abertura do prato.
Caixa:
- Em prata com um junco na luneta e fundo.
- Aro de baioneta.
- Prato articulado, prato bloqueado por um macaco de parafuso.
- Caixa semi-bacia, carrure plano, em 4 peças.
- O prato apresenta as 4 marcas de contraste: 1. Associação dos Ourives de Paris; 2. Mestre; 3. Segunda ponte de balanço (título Ag 900); 4. Garantia N.o 815.
Mostrador:
- Mostrador em metal granitado prateado com a assinatura de Louis Moinet.
- O mostrador apresenta-se subdividido em três submostradores: Em cima à esquerda - contador de 60 minutos, Em cima à direita - contador de 60 segundos, Em baixo no centro - contador das 24 horas.
Ponteiros:
- No centro, um ponteiro fino com o respetivo contrapeso para o 60.º de segundo.
- Dois ponteiros idênticos para os 60 segundos e 60 minutos.
- Um ponteiro “Maçã” para as 24 horas.
- Todos fabricados em aço azulado.
Botões:
- No 60.º de terceiro: botão de acionamento e paragem do cronógrafo.
- No 56.º de terceiro: botão de reposição para zero do contador dos terceiros.